A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que “não há anjos nem demônios” na política da Venezuela.
Kirchner pediu a divulgação das atas eleitorais uma semana após a proclamação da vitória de Nicolás Maduro. “Peço não só pelo povo venezuelano, pela oposição, pela democracia, mas pelo próprio legado de Hugo Chávez”.
Ela defendeu o “princípio da não ingerência nos assuntos de outros países” e endossou o comunicado conjunto do Brasil, Colômbia e México. No texto, os governos dizem que a soberania popular deve ser respeitada mediante verificação imparcial das urnas.
Estados Unidos, Uruguai, Costa Rica, Peru, Equador e Panamá reconheceram Edmundo González Urrutia como presidente eleito. Em comunicado, os EUA dizem que a vitória da oposição foi esmagadora. Uma contagem paralela da agência Associated Press diz que Urrutia venceu por mais de 3 milhões de voto após análise de 79% das urnas.
Kirchner também diz que está feliz porque a líder da oposição María Corina Machado ficou “pouco tempo na clandestinidade”. Corina e o candidato Urrutia dizem estar sendo ameaçados de prisão pelo regime chavista. Eles não eram vistos em público desde terça (30), mas Corina discursou em um ato contra Maduro ontem.
A suspeita de irregularidades na eleição provocou uma onda de violência generalizada no país. Pelo menos 19 pessoas morreram e oposição fala em 11 desaparecidos. Maduro anunciou que mais de 1.200 manifestantes foram presos e ameaçou mandá-los para prisões de segurança máxima.
Um dia antes dos atos de sábado (3), o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) reafirmou a vitória de Maduro, mas não divulgou as atas eleitorais. A oposição e a comunidade internacional cobram os dados. O diplomata Celso Amorim afirmou que o Brasil está decepcionado com a demora para a divulgação das atas da eleição presidencial.
Fonte: UOL Internacional
Foto: Augustín Marcarían/Reuters
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