A Comissão Europeia – braço executivo da União Europeia (UE) – recomendou a sete países da zona do euro que comecem o “procedimento de déficit excessivo”, após criticar o acúmulo de dívidas públicas. As nações identificadas foram França, Bélgica, Itália, Hungria, Malta, Eslováquia e Polônia.

O procedimento recomendado é a primeira etapa de um longo processo antes que qualquer país da zona do euro possa ser cerceado e obrigado a tomar medidas corretivas.

Durante décadas, a UE estabeleceu metas para que os Estados membros mantivessem seu déficit anual dentro de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida total dentro de 60% do crescimento. Essas metas foram desconsideradas quando conveniente, às vezes até por países como a Alemanha e a França, as maiores economias do bloco.

Em discurso, o vice-presidente da Comissão da UE, Valdis Dombrovskis, disse que uma decisão “precisa ser tomada com base em, digamos, fatos e se o país respeita o tratado, valores de referência para um déficit e uma dívida, e não com base no tamanho do país”.

As críticas atingem particularmente a França, cujo déficit anual ficou em 5,5% no ano passado. A repreensão contundente ocorre no auge de uma campanha eleitoral em que o presidente Emmanuel Macron está enfrentando um forte desafio da extrema direita e da esquerda.

Apesar da repreensão em relação à dívida excessiva, o Comissário Europeu para Economia, Paolo Gentiloni, enfatizou que a França também estava se movendo na direção certa para tratar de certos “desequilíbrios”, enviando uma “mensagem de tranquilidade” às instituições da UE.

 

Fonte: Estadão Conteúdo
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