Democratizar conhecimento da área da informática para possibilitar o acesso do cidadão ao mundo digital – foi este o pensamento que norteou a Oficina de Informática Básica, realizada, nesta terça-feira, 28 de maio, para 20 moradores da remota e pequena Comunidade Santo Antônio, às margens do Rio Moju, localizada a mais de 70 km do Município de Tailândia do Pará, no nordeste do estado.
Os participantes tiveram acesso, de modo didático, a conteúdos introdutórios sobre a história da computação, medidas em informática (kilobyte, megabyte, gigabyte, etc) tipos de mídias, além de conhecimento ao vivo das diversas partes físicas que formam o computador, as quais foram expostas como material na aula.
A iniciativa do investimento social é desenvolvida pelas áreas de Responsabilidade Social e de Tecnologia da Informação da Belem Bioenergia Brasil, empresa do ramo de óleo de palma e contribui para a diminuição do número da exclusão digital de pessoas e famílias que moram distantes de centros urbanos, o que funciona como um modo de ampliação da prática da cidadania digital e redução das barreiras de acesso.
Dados de um levantamento realizado no ano de 2023 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) demonstram que a realidade brasileira apresenta uma demanda social no que se refere à educação digital. Segundo o levantamento, cerca de 76% dos brasileiros apresentam analfabetismo digital, o que significa a ausência de conhecimento para certas habilidades básicas, como o simples uso do computador, por exemplo.
Quem não mais fará parte da estatística da exclusão digital é a estudante do 7º ano do ensino fundamental, Niuliane de Souza, de 12 anos, moradora de um pequeno assentamento, também às margens do Rio Moju, que integra a Comunidade Santo Antônio. Ela, que nunca havia tocado ou visto de perto um computador, fez um esforço para chegar até o local do curso, viajando mais de 10 minutos de rabeta, na companhia de outras seis pessoas, as quais também participaram do curso.
“Achei uma experiência nova, eu nunca tinha visto de perto nem mexido num computador. É importante a gente conhecer coisas novas, isso pode ajudar a gente crescer e melhorar a nossa vida”, disse a adolescente com uma timidez evidente.
Outro participante que ficou empolgado com a novidade foi Evandro Passos, de 28 anos de idade, motorista de caminhão, morador da Comunidade Santo Antônio. Ele gostou de conhecer o software word e ficou concentrado escrevendo uma passagem bíblica como treinamento de digitação. “Nunca tinha participado de uma oficina assim, não podemos perder essas oportunidades, porque quanto mais a gente aprende novas chances a gente tem. O que eu puder fazer para aprender coisas novas eu faço”, disse satisfeito com a ação.
O bacharel em Sistema da Informação Tcheysson Prado, da área de TI da Belem Bioenergia, que atuou como voluntário na ação e ministrou a aula, considerou importante este tipo de iniciativa. “A sociedade como um todo precisa ainda desenvolver muitas ações que ajudem a promover a inclusão digital. Infelizmente convivemos, principalmente aqui na Amazônia, com pouca oportunidade para essas populações que vivem em áreas mais afastadas. São elas que de fato precisam mais de tipo de ação como esta”, pontuou Prado.
Povos tradicionais: a empresa desenvolve ações de inclusão digital desde 2022 em diferentes comunidades, algumas delas são compostas de povos tradicionais como os Tembé, nas Comunidades Acará-Mirim e Cuxiú-Mirim, em Tomé-Açu, possibilitando que indígenas tenham a oportunidade de aprendizagem sobre informática, além de outras comunidades não tradicionais.
Fonte: REDEPARÁ
Foto: Emanuel Jadir
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