O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta quinta-feira a equipe olímpica de refugiados para as Olimpíadas de Paris. A delegação, que pela terceira vez participa dos Jogos, vai contar com 36 atletas com status de refugiados reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), representando as mais de 100 milhões de pessoas refugiadas no mundo.

A equipe olímpica de refugiados vai contar com 23 homens e 13 mulheres nas Olimpíadas de Paris. Eles têm 11 países de origem, na África, na Ásia e na América, e foram acolhidos por 15 comitês olímpicos diferentes. Os refugiados vão competir em 12 esportes: atletismo, badminton, boxe, breaking, canoagem, ciclismo, judô, levantamento de peso, natação, taekwondo, tiro esportivo e wrestling.

– Nós os recebemos de braços abertos. Vocês são um enriquecimento para nossa Comunidade Olímpica e para nossas sociedades. Com sua participação nos Jogos Olímpicos, vocês demonstrarão o potencial humano de resiliência e excelência. Isso enviará uma mensagem de esperança para mais de 100 milhões de pessoas deslocadas ao redor do mundo – disse o alemão Thomas Bach, presidente do COI.

Na Rio 2016, a equipe olímpica de refugiados estreou nos Jogos com 10 atletas. Esse número cresceu nos Jogos de Tóquio, com 29 atletas. Masomah Ali Zada estava entre as atletas refugiadas que participaram das Olimpíadas no Japão. A ciclista de origem afegã agora volta aos Jogos no posto de chefe de missão da equipe olímpica de refugiadas.

– É uma grande honra para mim. A equipe olímpica vai representar todos os refugiados por diferentes razões. Eu achei que era impossivel seguir meus sonhos de ir às Olimpíadas no Afeganistão. Eu realizei meu sonho e competi em Tóquio. Percebi que tudo é possível – disse Ali Zada.

Dos 36 atletas da equipe olímpica, 34 vão participar dos Jogos a convite do COI. Dois atletas, porém, conquistaram suas vagas e têm chances de pela primeira levarem o time de refugiados ao pódio: Cindy Ngamba, boxeadora camaronense refugiada na Grã-Bretanha, e Ali Reza Abbasi, lutador de taekwondo afegão refugiado no Irã.

Cindy Ngamba pode conquistar medalha inédita para equipe de refugiados — Foto: Ben McShane/Sportsfile via Getty Images

  Cindy Ngamba pode conquistar medalha inédita para equipe de refugiados

Pela primeira vez a equipe de refugiados vai ter uma bandeira própria. Em vez de usar a bandeira olímpica, com os aros olímpicos, vai usar uma bandeira própria, com um coração no centro.

– Os atletas não estão representando um país específico, eles estão representando a equipe olímpica de refugiados. Ter nosso próprio emblema cria um sentimento de pertencimento e nos capacita a também representar a população de mais de 100 milhões de pessoas que compartilham essa mesma experiência. Mal posso esperar para usá-lo com orgulho – disse Ali Zada.

Bandeira da equipe olímpica de refugiados — Foto: Divulgação/IOC

                            Bandeira da equipe olímpica de refugiados

Os atletas refugiados conta com o suporte do COI com bolsas da Fundação Olímpica de Refugiados, criada em 2017. De lá para cá, a entidade permitiu que 400 mil pessoas tivessem acesso ao esporte em segurança.

Confira a delegação do atletas refugiados em Paris 2024

 

Farida Abaroge (etíope refugiada na França – atletismo)
Omid Ahmadisafa (iraniano refugiado na Alemanha – boxe)
Yahya Al Ghotany (sírio refugiado na Jordânia – taekwondo)
Mohammad Amin Alsalami (sírio refugiado na Alemanha – atletismo)
Amir Ansari (afegão refugiado na Suécia – ciclismo de estrada)
Sibghatullah Arab (afegão refugiado na Alemanha – judô)
Matin Balsini (iraniano refugiado na Grã-Bretanha – natação)
Mahboubeh Barbari Zharfi (Iraniano refugiado na Alemanha – judô)
Edilio Francisco Centeno Nieves (venezuelano refugiado no México – tiro esportivo)
Muna Dahouk (síria refugiada na Holanda – judô)
Jamal Abdelmaji Eisa Mohammed (sudanês refugiado em Israel – atletismo)
Saeid Fazloula (iraniano refugiado na Alemanha – canoagem velocidade)
Tachlowini Gabriyesos (eritreu refugiado em Israel – atletismo)
Eyeru Gebru (etiópe refugiada na França – ciclismo de estrada)
Yekta Jamali Galeh (iraniana refugiada na Alemanha – levantamento de peso)
Fernando Dayán Jorge Enríquez (cubano refugiado nos Estados Unidos – canoagem velocidade)
Dorian Keletela (congolês refugiado na França – atletismo)
Adnan Khankan (sírio refugiado na Alemanha – judô)
Perina Lokure (sul-sudanesa refugiada no Quênia – atletismo)
Iman Mahdavi (iraniano refugiado na Itália – wrestling)
Farzad Mansouri (afegão refugiado na Grã-Bretanha – taekwondo)
Alaa Maso (sírio refugiado na Alemanha – natação)
Kasra Mehdipournejad (iraniano refugiado na Alemanha – taekwondo)
Cindy Ngamba (camaronense refugiada na Grã-Bretanha – boxe)
Dina Pouryounes Langeroudi (iraniana refugiada na Holanda – taekwondo)
Mohammad Rashnonezhad (iraniano refugiado na Holanda – judô)
Amir Rezanejad (iraniano refugiado na Alemanha – canoagem slalom)
Ramiro Mora Romero (cubano refugiado na Grã-Bretanha – levantamento de peso)
Nigara Shaheen (afegã refugiada no Canadá – judô)
Luna Solomon (eritreia refugiada na Suíça – tiro esportivo)
Saman Soltani (iraniana refugiada na Áustria – canoagem velocidade)
Musa Suliman (sudanês refugiado na Suíça – atletismo)
Manizha Talash (afegã refugiada na Espanha – breaking)
Hadi Tiranvalipour (iranianoa refugiado na Itália – taekwondo)
Jamal Valizadeh (iraniano refugiado na França – wrestling)
Dorsa Yavarivafa (iraniana refugiada na Grã-Bretanha – badminton)

Fonte: G1
Foto: Equipe olímpica de refugiados